Um dos pontos altos da filosofia ocidental, O desespero humano examina o desejo do homem de entender Deus e analisa a luta humana para eliminar as angústias quanto à imortalidade da alma. Além de sintetizar os conceitos mais importantes do pensamento de Kierkegaard, tornando mais claro o significado de seu trabalho e a influência que exerceu em autores como Jaspers, Sartre e Camus, trata-se uma obra fundamental tanto para o existencialismo quanto para a teologia moderna. Ao mapear um caminho que explique os “como” e “porquês” da existência humana, mostra que a conquista da fé está relacionada com a imortalização “a partir” da vida mortal.
O autor esclarece psicologicamente o conceito da angústia, utilizando-se da figura de Adão, 'o homem', refletindo sobre a dialética da responsabilidade. Este é um grande ensaio de Psicologia; não é livro de Ética nem de Dogmática, por mais que utilize a palavra pecado para a busca da autonomia humana, eventualmente transgressora. O resultado é uma obra prima, que discute com a tradição cristã e com o necessitarismo dos sistemas idealistas.
Juntamente com O conceito de angústia, este livro aprofunda o entendimento kierkegaardiano de ser humano, avançando para uma análise do desespero em suas múltiplas facetas. Obra de sua maturidade, Kierkegaard a considerou como uma das mais valiosas que já produzira. A doença para a morte condensa vários temas centrais da produção do autor: a noção de ser humano como síntese de infinitude e de finitude; o conceito de desespero; a fé como superação do desespero; o tornar-se si mesmo como processo a ser realizado na existência etc. O processo de tornar-se si mesmo, contudo, aparece na obra como dependente de um correto diagnóstico do desespero: “Pois um médico não deve apenas prescrever remédios, mas, antes de mais nada, reconhecer a doença”. Jonas Roos
Essas considerações, de 1847, analisam o mandamento do amor, ante o pano de fundo do Hino à caridade. Recorrem à filosofia e lembram o Banquete. Mas o amor cristão é um mistério, que só pode ser conhecido pelos seus frutos, as obras: há que crer no amor. O amor cristão é comparado com o amor platônico e a amizade aristotélica. O poeta elogia o amor apaixonado, sem saber como e por que o amor precisa transformar-se em dever. Amar a si mesmo é natural, mas a religião do amor acrescenta: ama o teu próximo "como a ti mesmo". Este acréscimo pode mudar o mundo, vencer o egoísmo. Amar é aproximar o outro do Amor, ajudá-lo a conhecer e a viver o amor divino. E o outro não é o segundo eu, mas o "primeiro tu".
Esta obra constitui um dos mais importantes escritos de Søren Kierkegaard, com que o autor, usando o pseudônimo Johannes Climacus, tentava encerrar, aos 33 anos, sua já alentada produção. O ano de 1846 foi crítico para Kierkegaard, pois ele revisou seu projeto existencial e autoral. Em termos filosóficos, este livro, que durante sua composição usava o título provisório de "Problemas lógicos de Johannes Climacus, editados por S. Kierkegaard" contém o núcleo de sua crítica à lógica hegeliana.
Esta obra complementa o primeiro volume de um dos mais importantes escritos de Kierkegaard, em que o autor, sob o pseudônimo de Johannes Climacus, buscava encerrar sua já alentada produção. O Pós-escrito Às Migalhas Filosóficas define e retrata aqui o perfil do pensador subjetivo, e completa, em longas digressões sobre o patético e o dialético, a problemática das Migalhas Filosóficas, enquanto interpreta o que ainda pode significar o "tornar-se cristão".